Jalapão Sertão das águas

Localizado no extremo leste do Estado de Tocantins, o Jalapão é uma das regiões menos conhecidas do ponto de vista histórico e cultural e mais espetaculares do Brasil.
Os vestígios que provam a passagem do homem pré-histórico, no Jalapão, há cerca de dez mil anos, estão registrados nas inscrições rupestres das cavernas da região. A ocupação, por outras raças — principalmente migrantes do Nordeste brasileiro, em meados do século XIX — deveu-se à pecuária, por tratar-se de uma região de passagem de gado, entre o leste (Rio São Francisco) e o oeste (Rio Tocantins). Os vaqueiros recebiam, em gado, o trabalho de cuidar dos animais e procurar locais de muita água. E assim, iam-se estabelecendo na região.
O livro apresenta um resumo da história de cada um destes municípios tocantinenses do centro do Jalapão. Destaca os fundadores das cidades, seus principais personagens e pessoas idosas, testemunhas vivas da rica história local. Narra como surgiram esses povoados, seus pioneiros e exploradores. Idosos contam como foi o início da ocupação da região. Mateiros, por exemplo, que foi fundada por caçadores dos estados do Piauí e da Bahia.
A obra relata as principais impressões de antigos viajantes, botânicos, historiadores, engenheiros de telégrafos, médicos sanitaristas e expedicionários que assaram pelo Jalapão, alguns com importantes impressões sobre as formas de vida da população daquela época: o inglês George Gardner (1846), o alemão naturalizado brasileiro, Gustavo Luiz Guilherme Dodt (1867), o inglês James W. Wells (1886), a tropa do comunista Luís Carlos Prestes (1926), o engenheiro de telégrafos, Agenor Augusto de Miranda (1933), o médico, Dr. Júlio Paternostro (1938) e o engenheiro Gilvandro Simas Pereira (1942), que comandou uma expedição para definir os limites dos quatro Estados da região: Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia.
No aspecto cultural, destaca-se o artesanato de tapetes, cestas, chapéus e bolsas, importante fonte de renda para a população local. As peças são produzidas por parentes de ex-escravos, remanescentes de quilombos, a partir do capim-dourado, o ouro do Jalapão —, com fama nacional e internacional.