Lançamento do livro Jalapão, Sertão das Águas

O Lançamento do livro “Jalapão – Sertão das Águas” no dia 11 de maio de 2004, às 19h, no restaurante Carpe Diem (104 Sul), em Brasília/DF. Terceiro volume da série “Ecossistemas Brasileiros, História-Cultura-Natureza”, o livro de Miguel von Behr mostra uma nova visão da região.
Obra única, primeiro registro fotográfico englobando aspectos históricos, culturais e naturais do Jalapão, o livro Jalapão, Sertão das Águas é o terceiro volume da série Ecossistemas Brasileiros, História–Cultura–Natureza. Seu lançamento acontecerá no dia 11 de maio, às 19h, no restaurante Carpe Diem (104 Sul), em Brasília. O livro, editado pela Somos Editora, apresenta um panorama geral sobre o patrimônio cultural e natural da região, em uma época em que a discussão a respeito do ecoturismo e das áreas naturais protegidas tem uma importância cada vez maior na sociedade, como uma das bases mais sólidas para o desenvolvimento sustentável.

O autor do livro, Miguel von Behr, arquiteto, fotógrafo e ambientalista, fez mais de uma dezena de viagens — algumas a trabalho, pelo Ibama, e a maioria por conta própria —, além de dois anos de pesquisas sobre a história, cultura e natureza do Jalapão, tudo viabilizado através do patrocínio que recebeu da Petrobras, e do apoio do Ibama e do Ministério da Cultura. Para revelar a “alma” dessa região escondida no canto direito do Tocantins, não como fotógrafo da natureza, simplesmente, pois não é possível esquecer do Homem, imaginá-lo distinto da natureza, Miguel trabalhou a fotografia que aparece no livro como uma reflexão do ser humano sobre si mesmo, sua relação com seu semelhante e com o planeta.

O livro chegou para sensibilizar a sociedade com relação a necessidade de se preservar o patrimônio ambiental que o Jalapão representa. É uma obra que enfoca a viabilidade do desenvolvimento sustentável caminhar junto com a preservação do meio ambiente. A obra também espera contribuir para produzir conhecimento e fortalecer uma política institucional e de comunicação social, além de criar uma referência literária com registro fotográfico sobre a região. A publicação poderá, ainda, subsidiar ações a serem desenvolvidas na área de educação ambiental e de pesquisa de professores, estudantes e outros interessados no estudo dos ecossistemas brasileiros.
[singlepic id=47 w=320 h=240 float=center]
Jalapão, uma das regiões de cerrado menos conhecidas e mais espetaculares do Brasil, é erroneamente chamado de “deserto” pois, apesar de seus depósitos de areias quartzozas, o Jalapão é recortado por montanhas, assim como por água doce, nascentes, córregos e riachos, que nunca secam e se perdem em corredeiras e belas cachoeiras.

Localiza-se no extremo leste do Estado de Tocantins, divisa com os Estados da Bahia, do Piauí e do Maranhão, na Chapada das Mangabeiras. É lá onde nascem os afluentes do Tocantins — principal sistema de rios do cerrado brasileiro —, do São Francisco e do Parnaíba. Proliferam na região os fervedouros — nascentes com forte pressão d’água, onde as pessoas não afundam.

A riqueza do Jalapão é única, também, em dunas quilométricas, formadas a partir da atuação do vento e das chuvas, na Serra do Espírito Santo, num processo geológico de evolução permanente. O local é um dos destinos preferidos dos Jipeiros do Brasil, que ajudam a divulgar a região, tendo um papel importante na preservação do Jalapão.

O Jalapão é uma área semidesértica, formada por enormes áreas de rochas areníticas, mas cheia de pequenos rios que nunca secam. A erosão provocada pela chuva e pelo vento na Serra do Espírito Santo forma as dunas, uma das principais atrações turísticas do Jalapão, além das dezenas de cachoeiras. Com uma biodiversidade pouco pesquisada, a região concentra uma das maiores extensões de Cerrado ainda conservadas do Brasil.

Na Chapada das Mangabeiras forma-se um enorme lençol d’água subterrâneo e um imenso manancial hídrico de rios e córregos permanentes, favorecendo ainda mais a biodiversidade.

O livro é dividido em dois temas principais: História e Cultura do Jalapão, e Natureza. O capítulo que trará história e cultura da região fala da sua ocupação, depois dos índios, extintos no século XVIII, que começou no século XIX, com a migração de nordestinos, da Bahia e do Piauí, fugindo da seca. Em meados de 1940, extraía-se muito látex das mangabeiras, para a produção de borracha. A população do Jalapão sobrevive, hoje, de uma economia de subsistência (agricultura e pecuária), embora o turismo esteja despontando como alternativa emergente.
[singlepic id=470 w=320 h=240 float=center]
Também são apresentados os principais atrativos turísticos, com um resumo da história de cada um dos quatro municípios tocantinenses do centro do Jalapão — Mateiros, Ponte Alta do Tocantins, São Félix do Jalapão e Novo Acordo. O livro destaca os fundadores das cidades, seus principais personagens e pessoas idosas, testemunhas vivas da rica história local. Na última parte, estão as impressões dos viajantes e dos integrantes de expedições ao Jalapão, a partir de 1846, até o início deste século.

A proposta do livro foi retratar o meio ambiente do Jalapão, de uma forma holística, contribuindo para valorizar seu rico patrimônio ambiental, com vistas à sua proteção para as atuais e futuras gerações. Outro objetivo foi promover a arte fotográfica e a cultura, como instrumentos capazes de interferir positivamente na vida das pessoas e preservar a memória do Jalapão, função maior da fotografia. Ou seja, um livro que literalmente apresente o Jalapão para a sociedade, integrando as três linhas temáticas mais exploradas pelo turismo: histórica, cultural e natureza.

O mais importante não era mostrar o nunca visto do Jalapão, ou mostrá-lo de forma inusitada, mas simplesmente oferecer uma visão modesta e verdadeira, unindo documento histórico e arte, um dos maiores desafios para um fotógrafo e escritor. Ou seja, expor o Jalapão para que este possa ser contemplado, e visitado!

O autor Miguel von Behr nasceu em Minas Gerais e vive em Brasília, é casado, tem 47 anos, se formou em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos (SP). Se tornou fotógrafo, escritor e ambientalista por convicção. Mestre em Planejamento Urbano, trabalha no IBAMA desde 1982 com criação e implantação de unidades de conservação, planejamento urbano e meio ambiente, populações tradicionais, reservas extrativistas e corredores ecológicos.

Associado do Programa Internacional do LEAD – Lideranças em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, é sócio-fundador da Fundação SOS Mata Atlântica. Autor do selo editorial Série Ecossistemas Brasileiros: história, cultura e natureza, tendo já publicado três livros em parceria com diversas instituições, inclusive o Ibama, e iniciativa privada: “Guarakessaba”, Paraná; Chapada dos Veadeiros, Goiás e Serra da Bodoquena, Mato Grosso do Sul. Outros dois títulos estão em fase de elaboração final: Costa dos Corais-PE/AL e Arquipélago do Marajó, Pará. Participou de diversas exposições fotográficas sobre Mata Atlântica e Cerrado, no Brasil e no exterior.

Um de seus objetivos é utilizar a fotografia como meio de elevar a auto-estima do homem, construindo uma ponte de identidade entre passado, presente e futuro. Luta para que este esforço interfira positivamente na vida das pessoas e ajude a preservar a memória do Jalapão. Sua meta é contribuir para despertar uma reflexão de como compatibilizar a tão necessária conservação da biodiversidade com o também tão necessário desenvolvimento, e principalmente para despertar uma reflexão, como diz a jornalista Simonetta Persichetti, que estuda e trabalha com fotografia há vinte anos:

“Fotografar é testemunhar um fato histórico-social. É procurar transformar a consciência do ser humano através das emoções que as imagens nos provocam. A fotografia pode ser criadora de modelos de vivência, já que é resultado de um momento íntimo de um fotógrafo, é capaz de manipular idéias ou comportamentos, já que apresenta um fato ou situação que exige compreensão. A fotografia pede uma abordagem crítica para que possa ser compreendida, levando à reflexão e a uma possível transformação da percepção”.

O Quê
Lançamento do livro “Japão – Sertão das Águas”

Quando
Dia 11 de Maio de 2004 As 19h

Onde
No restaurante Carpe Diem (104 Sul), em Brasília/DF

Maiores Informações
Empório Comunicação (61) 425-1122 Andreia Salles

Esta entrada foi publicada em Lançamentos e marcada com a tag . Adicione o link permanenteaos seus favoritos.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

*

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>